Oportunidades e desafios à internacionalização de carteiras de investimentos

Ativore Investments

Internacionalizar uma parte da carteira de investimentos é um dos caminhos para proteger o patrimônio dos inúmeros abalos econômicos e políticos que o Brasil tem vivido nos últimos anos. Porém a falta de hábito em investir no exterior talvez não seja “culpa” só do investidor. As instituições financeiras não têm por regra apresentar as oportunidades que estão disponíveis lá fora.

Para comentar o assunto, a Reglobal Magazine conversou com Paulo Henrique Corrêa, sócio-fundador da Valor Investimentos, para quem “investir só no Brasil, que representa apenas 3% do mercado financeiro global, significa ficar fora de 97% das oportunidades de investimentos do mundo”.

 

RM – Como o investidor de alta renda vê a diversificação internacional de suas carteiras?

PHC – No Brasil, por incrível que pareça, as instituições financeiras não costumam oferecer esse tipo de investimento para os clientes de alta renda. Estratégia de diversificação internacional é muito importante quando se faz um portfólio equilibrado. Acredito que todo investidor deva ter parte de seu patrimônio investido fora do País, seja em investimentos financeiros, seja no mercado imobiliário.

Diversificar em países de moeda forte é muito importante para mitigarmos um pouco do risco da concentração no Brasil. Se paramos para analisar quantas moedas diferentes já tivemos nos últimos 30 anos, realmente vemos que ter uma referência e uma parcela do nosso patrimônio em moeda forte é muito importante.

 

RM – Mas é uma estratégia comum de se ver entre os investidores brasileiros?

PHC – Investir no exterior é muito mais fácil do que as pessoas imaginam. Muitos ainda acham que soa como algo ilícito, o que não é verdade. Existem hoje diversas oportunidades e formas de investir lá fora, e a ajuda de um especialista é fundamental na hora de começar.

Cada dia mais, os investidores dos segmentos private e wealth têm adotado esse tipo de estratégia. Geralmente, aqueles clientes atendidos por multifamily offices ou bancos com presença mais global já têm alguma familiaridade com o tema.

 

RM – Faz sentido diversificar internacionalmente ou é uma estratégia de risco?

PHC – Diversificar internacionalmente não é uma estratégia de risco, e sim de proteção patrimonial. Ter todo o patrimônio no Brasil é muito mais arriscado do que ter parte lá fora. Nosso mercado ainda é muito volátil e as incertezas que rondam nossa economia acabam nos deixando mais vulneráveis. Ter o dólar ou euro como moeda de referência acaba protegendo seu poder de compra no longo prazo.

 

RM – Qual o percentual que o senhor recomendaria ao investidor que pensa em diversificar a carteira? 

PHC – Pelo menos 20% a 30% do patrimônio devem ser investidos no exterior.

 

RM – Quais as principais oportunidades e barreiras o senhor pode destacar na internacionalização de portfólio de investimentos?

PHC – Acredito que uma das principais barreiras à internacionalização seja justamente a falta de conhecimento. Muitas pessoas acham que é errado ou complicado investir no exterior e não sabem como fazer. É sempre importante a assessoria de um especialista, seja no mercado imobiliário, seja no de ativos financeiros, para que essa busca por proteção ou diversificação não vire um pesadelo. Existem diversas estruturas para se investir no exterior que podem ajudar muito o investidor nas questões tributárias e sucessórias.

 

RM – Quais são os principais erros ao diversificar patrimônio e como evitá-los?

PHC – Muitas pessoas pensam somente em diversificação no mercado local. Investem em imóveis, renda fixa e ações, esquecendo que nosso país representa somente 3% do mercado financeiro e de capitais global. Investir somente no Brasil, ou em ativos brasileiros, significa estar fora de 97% das oportunidades de investimentos do mundo.

 

RM – Qual o papel dos imóveis nas carteiras internacionais e como, em geral, os investidores de alta renda investem nesse segmento?

PHC – O brasileiro, culturalmente, investe bastante em imóveis no Brasil. Alguns compram no exterior, mas para uso próprio ou como segunda residência. Poucos olham o investimento no setor imobiliário visando renda. Não necessariamente o lugar onde você reside é o melhor local para você ter imóveis para renda. Esse tipo de investimento é bastante oportuno, pois além de diversificar em diferentes classes de ativos, você está expondo uma parte do seu patrimônio em um ativo imobiliário situado em um país com economia forte e estável.

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Entrevista feita para Reglobal Magazine. Para ter acesso à revista, entre em www.reglobal-ativore.com


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