Por Pedro Barreto, Chairman & Founder, Ativore Global Investments
Os líderes do Senado e o governo Trump fecharam um acordo bipartidário na manhã desta quarta-feira, que deverá ser votado por unanimidade ainda hoje, de recuperação da economia americana sem precedentes na história.
O acordo de cerca de US$ 2 trilhões entre o Senado e a Casa Branca com o objetivo de resgatar a economia, as empresas e os indivíduos do país, é o maior plano de recuperação da história dos EUA. Para se ter uma ideia da sua magnitude, apresentamos a seguir os custos de alguns planos de recuperação anteriores, a dólares atualizados pela inflação (dólar de hoje):
A legislação prevê pagamentos diretos à maioria dos americanos (entre US$ 1.200,00 e US$ 2.400,00 dependendo da renda), empréstimos para pequenas empresas que podem ser perdoados se as empresas os usarem para manter os trabalhadores na folha de pagamento, ajuda para setores mais afetados (como companhias aéreas e setor hoteleiro), aumenta os gastos com o seguro de desemprego que concederá aos americanos quatro meses de sua renda se perderem o emprego devido à crise do coronavírus e direciona fundos substanciais para hospitais e prestadores de serviços de saúde.
Adicionalmente, o Federal Reserve, cortou os juros para próximo de zero e lançou um esforço sem precedentes na segunda-feira para manter o dinheiro fluindo para empresas, residências e cidades. Com restaurantes, companhias aéreas, hotéis, fabricantes de automóveis e tantas outras partes da economia paralisados, há uma enorme necessidade de empréstimos de curto prazo para ajudar as empresas a sobreviver até que as pessoas possam sair novamente.
O Fed está tentando resolver isso, garantindo recompras ilimitadas de títulos do Tesouro dos EUA e títulos lastreados em hipotecas, um suporte extraordinário aos mercados de empréstimos que vai muito além do esforço do banco central na crise de 2008-2009, quando o Fed injetou quase US$ 4 trilhões no sistema financeiro ao longo de vários anos.
Como a vasta maioria dos investimentos imobiliários nos EUA são alavancados com financiamentos hipotecários, o risco para o imobiliário americano, caso estas medidas não tivessem sido adotadas, seriam um aumento sistêmico das demandas de reembolso de financiamentos, para aqueles empréstimos que estivessem vencendo (normalmente esse empréstimos são rolados pelos bancos após uma reavaliação e um processo formal de aprovação) provocando um efeito dominó de inadimplências, pois os proprietários não teriam condições de pagar os empréstimos, nem de substituí-los por outros no contexto atual.
As principais variáveis que irão determinar o impacto do Coronavírus sobre a atividade econômica dos EUA no futuro serão:
Após um período inicial de irracionalidade causada pelo pânico, começam a surgir opiniões, ponderadas por novos estudos científicos, advogando a substituição do lockdown completo (que tem o potencial de levar a economia mundial a uma depressão histórica), por estratégias de contenção da doença mais cirúrgicas, calculadas para durar o mínimo possível, a partir, principalmente, de um cálculo das condições de proteção da população de risco.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que deseja que a economia do país esteja novamente aberta até a Páscoa e defendeu a retomada das empresas fechadas por conta do coronavírus. Ele argumentou que, embora mais pessoas morram anualmente por gripe e acidentes automobilísticos, a economia não para por conta disso. “A cura não pode ser pior que a doença”, acrescentando que a paralisação pode “destruir o país”.
É difícil prever se este conjunto de medidas será suficiente para impedir este risco, pois paradigmas de mercado foram quebrados, não há benchmark adequado para comparação e o tempo de lockdown ainda é uma variável incerta, a não ser que a estratégia de combate mais cirúrgica ao Coronavírus, conforme sinalizado pelo presidente Donald Trump, venha a ser de fato implementada e bem sucedida.
Mas certamente a magnitude do pacote de resgate acordado nos EUA (valor superior ao PIB Brasileiro) demonstra que o poderio fiscal da economia americana, combinado com a vontade política de utilizá-la não possui paralelo no mundo atual.
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